quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Crianças crescidas

É engraçado. Crescer, digo.

Cá entre nós, ainda sou uma completa criança. Não importa o que a maquiagem que eu passei a usar diga, o que meus pensamentos amadurecidos gritem, o que minhas palavras aleatórias recitem; sou uma menina. Estou frequentemente tentando descobrir quem sou, quem serei. Mas sou só uma menina, e sempre serei uma.

Ah, mas todos, todos, querem crescer antes. Maduros, dizem eles, é isso o que somos. Não são. Somos todos crianças. Todos perdidos, sozinhos, juntos, abandonados. Ninguém nunca vai poder crescer e erguer as mãos acima da cabeça, comemorando a vida de crescido.

Porque crescemos do modo mais sutil e silenciosamente possível. E isso vem de nós mesmos. Crescer é inevitável, mas não é rápido ou fácil. Não tem um prazo de validade para os 18 anos. Demoramos tanto, tanto, a crescer. Nem ao menos percebemos quando acontece, porque é algo gradativo.

Sou uma menina. Uma criança. Mas, afinal, todos somos, não é?

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